...

Papai! Eu chorava... Puxava-o pela perna, mas seu cavalo estava arisco, empurrou-me para trás... Desconcertante, humilhante, eu estava em trajes de dormir sendo tratada como se não estive ali, como se não fosse importante...
Fui empurrada, ignorada...
Foi então que Betina me alcançou novamente e me arrastou para longe do homem que eu mais amava. Meu ídolo, meu pai! Meus pés estavam fora do chão, meu olhar sem direção... Cravei minhas unhas nos braços da negra maldita, mas minhas forças eram desprezíveis diante da obstinação da escrava.

Cada vez mais homens apareciam cavalgando de outras partes, eles vinham comemorar, vinham abraçar meu pai, vinham acompanhá-lo... Meu pai iria partir. Pai...
Minha garganta deu seu último suspiro e eu gritei bem alto, sangrei por dentro, mas ele me ouviu de longe...
Pai... Não se vá! O som da comemoração abafava meu clamor embora eu jurasse ter ouvido um insignificante “Não temas... Eu voltarei em breve.”
Maldito homem! Maldito dia! Maldita guerra!

2 comentários:

Veronica Rodrigues disse...

Ô flor, bom final de semana pra voce tambem.

um beijo grande!

(otimo texto, pra variar)

Tânia T. disse...

maldita guerra mesmo!!!
Meu coração se partiu aqui agora...

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