Capítulo 24- O Diário de Lili... Aprendendo a matar

Sou uma criança, mas nesse mundo de homens e demônios, já presenciei coisas demais. Quando acordei em meio a noite sob a luz que vinha da plantação, não poderia crer que estavam incendiando nossos pés de algodão.

... Mas aquele seria apenas o início de todo o terror que presenciaríamos até o amanhecer.

Lara correu na direção dos portões e nós a seguimos por extinto, por amor! Então não percebemos que era uma emboscada... Eram desertores! Homens sujos que já haviam perdido tudo... Fomos atacadas! Mary teve suas roupas rasgadas, foi pega pela cintura. Berrou, berrou... O suor escorria pelo seu rosto, suas roupas se dilaceraram por entre os dedos imundos do bandido. Mary capitulou!

Minhas irmãs foram jogadas com suas bocas na terra... Cicília e eu fugimos!

Corremos, corremos... Até o instante em que nos deparamos com Aisha, o escravo. Cai aos pés dele enquanto Cicília o abraçava como se não o odiasse naquele momento. Era nossa salvação!

Eu era uma criança... Uma criança até aquela noite quando presenciei o massacre de um escravo forte e valente sobre um bando de homens famintos. Eu era uma criança quando aprendi a matar!

...

- Vem cá, sinhá! Vem cá, jovenzinha! Por que vocês estão sozinhas nessa fazenda?!!!

Lara se desprendeu iniciando uma corrida, tropeçou... Foi imobilizada pelos cabelos... Seus olhos esbugalhados presenciavam o mover dos lábios do maldito... Sujo! Fedido com dentes podres!

Lia Lee também foi alcançada a poucos passos dos portões... Foi violentamente puxada para baixo de uma arvore. A morena era fisicamente mais forte que Lara porém reagira com menos intensidade as investidas dos ladrões, a depressão que sentia a tornava incapaz de lutar por si mesma.

Cicília-nanica e Lili conseguiram escapar por sorte, não ousaram olhar para trás, correram incessantemente... Alcançaram os degraus da fazenda...

- Deus! Por que nos abandonou?

Cicília elevou as mãos aos céus clamando por justiça enquanto os gritos de suas irmãs ecoavam em meio a desgraça.

- Eu, que não tinha fé, preciso me agarrar a algo que me dê esperança!

...E quando o caldeirão do diabo parecia ferver pulsantemente sem esperança para a salvação das almas puras... Aisha surgiu, negro como a noite, forte como a luz da justiça, empunhando um revólver!

 

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